19 Fevereiro

Bloco K + eSocial: uma nova oportunidade para o escritório contábil

O Bloco K e o eSocial estão tirando o sono dos empresários. Com tantas atividades para pensar e fazer na MPE, o empreendedor ainda vai ter mais esta dor de cabeça? Vai. Não será neste primeiro momento, mas vai. E essa pode ser uma oportunidade para seu escritório de contabilidade demonstrar o real valor do contador para as MPEs, ajudando a entender o contexto e se preparar gradativamente.

postado em 19/02/2016

O Bloco K e o eSocial estão tirando o sono dos empresários. Com tantas atividades para pensar e fazer na MPE, o empreendedor ainda vai ter mais esta dor de cabeça? Vai. Não será neste primeiro momento, mas vai. E essa pode ser uma oportunidade para seu escritório de contabilidade demonstrar o real valor do contador para as MPEs, ajudando a entender o contexto e se preparar gradativamente.

Para fazer isso, vamos começar pelo começo!

Dentro do Sped (Sistema Público de Escrituração Digital) existe o módulo EFD (Escrituração Fiscal Digital) que ganhou um novo bloco de informações a serem preenchidas sobre produção e estoque. Essa parte nova chama-se Bloco K, e, a partir de janeiro de 2017, estão obrigadas a entregar essas informações empresas de Lucro Real e Lucro Presumido do segmento da indústria (ou equiparados) e, posteriormente, atacadistas também, seguindo por 2018 e 2019, de acordo com seu faturamento.

No Bloco K, o fisco terá acesso a todo o processo produtivo da empresa, desde a compra dos insumos e sua utilização, possíveis perdas, produto final e estoques. Para ilustrar a situação, imagine uma empresa que produz bolos. Ela deve registrar em um software (lembre-se de que a declaração é digital) todos os ingredientes que constam nas receitas, quantas receitas faz por mês e também as perdas durante o processo de produção (como os ovos que quebraram na manipulação e o leite derramado fora da forma, por exemplo). Deve ainda elencar as quantidades de matérias-primas e produtos acabados que tem em estoque.

Com base nessas informações, o governo vai cruzar os dados dos saldos apurados pelo Sped Fiscal com os informados pelas empresas nos inventários, erradicando práticas como notas fiscais espelhadas, subfaturadas ou a “meia nota”. E, assim, fecha-se mais o cerco à sonegação fiscal, que em outubro de 2015 já tinha alcançado a marca de R$ 400 bilhões, de acordo com o Sindicato dos Procuradores da Fazenda em reportagem publicada pelo Portal G1.

Vale pontuar que as empresas já precisavam ter esse conteúdo no livro de Controle da Produção e de Estoque, mas ele quase nunca era exigido. Agora isso muda, porque fazendo parte do Sped Fiscal, a fiscalização fica muito mais ativa.

O mesmo vale para o eSocial, que também faz parte do Sped. De acordo com o governo federal, os abusos e as fraudes aumentaram as despesas com o Seguro Desemprego em cerca de 10% em 2014 e os gastos com o benefício chegam a R$ 40 bilhões. Ou seja, é preciso estancar essa vazão de recursos para ampliar a arrecadação, e o controle será rigoroso.

A promessa é unificar as informações que hoje já são enviadas para diversos órgãos (como INSS, Ministério do Trabalho, Receita Federal e Caixa Econômica Federal) em uma única remessa. Funcionários admitidos, demitidos, em férias, rescisões, folha de pagamento, imposto retido na fonte e fundo de garantia são exemplos dos dados que serão enviados mensalmente e permitirão um controle ainda mais detalhado dos aspectos trabalhistas das empresas. Com o eSocial, não será necessária a visita de um fiscal solicitando os documentos para verificação. Como os arquivos são digitais, no caso de alguma irregularidade, a empresa receberá automaticamente um auto de infração.

Depois de idas e vindas sobre a definição dos prazos, a última informação é que o eSocial entrará em vigor (para empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões) em setembro de 2016, com o envio de dados da folha de pagamento, e depois, em janeiro de 2017, essas companhias passam a ter que enviar também informações sobre saúde e segurança do trabalho. Para empresas com menor faturamento, as datas são janeiro e julho de 2017, e para as MPEs ainda não foi estipulado um prazo definitivo.

O Sped Fiscal já foi um primeiro passo para mostrar que os negócios precisam ter uma gestão organizada para gerar corretamente as informações tributárias e contábeis. Roberto Dias Duarte, administrador, empresário, professor e autor da série de livros “Big Brother Fiscal” (o primeiro livro sobre Sped no Brasil), afirma que sem gestão e controle de compras, vendas, produção, estoques e RH sequer é possível pensar em Sped. Com o Bloco K e o eSocial, mais do que nunca será preciso alertar seus clientes sobre a necessidade de uma boa administração e do uso da tecnologia para consolidar e enviar as informações da empresa digitalizadas ao fisco.

Está claro que esse movimento do governo vai abranger todas as empresas e quem não estiver preparado será penalizado. Mesmo que as MPEs não sejam o foco das ações hoje, elas vão ter que se adequar em breve e o contador tem um papel fundamental nesse processo. Como seu escritório de contabilidade pode ajudar?

Preparando um guia sobre as novas obrigações que explique o que é o Bloco K e o eSocial (como neste artigo);

Orientando o microempreendedor a mapear detalhadamente seus processos produtivos, de estocagem e de produção, com o objetivo de identificar onde será preciso realizar adequações para atender às novas exigências;

Indicando a adoção de sistemas de gestão que ajudem a gerenciar o negócio e já estejam adequados às novas regras (integrando informações tributárias, trabalhistas, financeiras e de produção);

Enviando informações atualizadas sobre prazos de vigência.

“Tanto o eSocial quanto o Bloco K reforçam algo que há muito já deveria ter sido percebido: escritórios e departamentos contábeis não fazem mágica! Eles dependem das informações geradas por uma boa administração, e sempre com uma boa base tecnológica”.

Roberto Dias Duarte

Você bem sabe que contador não faz mágica, mas aqui está uma ótima oportunidade para reforçar o processo de aculturamento da MPE quanto à sua organização. Alerte e prove que o cerco está fechando mesmo e oriente o caminho que deve ser seguido por seus clientes: estruturar a MPE para essas obrigações desde já vai evitar dores de cabeça no futuro e ainda evitará penalidades legais.

Sonegação fiscal é crime!

O não cumprimento do prazo ou o fornecimento de informações incorretas pode caracterizar sonegação fiscal, acarretando em multas de até 1% do valor do estoque total no período. Inconsistências entre o estoque e as movimentações que configurem sonegação geram multa de até 150% do valor do imposto devido.

Ainda há possibilidade da pena de prisão de 3 a 10 anos.

Fontes: Notícias Fiscais e G1

Matéria: Marcelo dos Santos via Jornal Contábil

Continue lendo

19 Fevereiro 2016

STF decide que Receita pode acessar dados bancários sigilosos

19 Fevereiro 2016

Comprovante de rendimentos tem de ser entregue até 29 de fevereiro

19 Fevereiro 2016

Bloco K + eSocial: uma nova oportunidade para o escritório contábil

19 Fevereiro 2016

Registro Profissional não será mais anotado em Carteira de Trabalho

19 Fevereiro 2016

Entrega da DIRF 2016 traz novas responsabilidades

19 Fevereiro 2016

DeSTDA – SP normatiza e prorroga o prazo de entrega da obrigação

18 Fevereiro 2016

Fuja dos cinco erros mais comuns na declaração do IR

18 Fevereiro 2016

ICMS: STF concede liminar que suspende mudança no recolhimento

18 Fevereiro 2016

CPrepare-se para as novas obrigatoriedades de 2016

18 Fevereiro 2016

A Receita Federal tem mais informações sobre sua conta bancária

18 Fevereiro 2016

Rápida e segura: conheça a Carteira de Trabalho (CTPS) digital

18 Fevereiro 2016

Desoneração da Folha de Pagamento: fique por dentro

17 Fevereiro 2016

Mais de 15 milhões não sabem que têm abonos do PIS/Pasep a receber

17 Fevereiro 2016

Empregado Doméstico: confira como funciona o desligamento no eSocial

17 Fevereiro 2016

Créditos em procedimento fiscal agora podem ser compensados

17 Fevereiro 2016

Correção do IR pela inflação faria contribuinte pagar até 62% menos

17 Fevereiro 2016

ECF: 6 lições que as empresas aprenderam com a entrega da ECF em 2015

17 Fevereiro 2016

O malicioso planejamento tributário desenvolvido pela União Federal